Estado possui 26 plataformas de petróleo inativas em águas rasas a serem descomissionadas nos próximos anos
Além das potencialidades em novos investimentos na exploração e produção de petróleo e gás, Sergipe possui grande potencial no descomissionamento de instalações de petróleo atualmente desativadas. Após desinvestimentos da Petrobras, o estado possui 158 poços offshore (no mar) e 26 plataformas a serem descomissionados, além de 3.263 poços onshore (em terra), com investimentos previstos de mais de R$ 8 bilhões até 2026.
Sobre as oportunidades e potenciais de negócios gerados a partir da remoção das instalações em Sergipe, o Governo do Estado, através da Secretaria do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia (Sedetec), reuniu-se com um grupo de consultoria, formado pelas empresas Aurum Energia, Future Tank e Destri Energy, nesta sexta-feira (1º). Participaram ainda da reunião representantes da Receita Federal em Sergipe, da empresa VLI Logística e da Fecomércio.
O secretário executivo da Sedetec, Marcelo Menezes, destaca os encaminhamentos do Estado para as operações. “Primeiramente, precisarmos analisar o que é viável realizar em Sergipe através do Terminal Marítimo Inácio Barbosa e posteriormente, tendo sinalização positiva, partirmos para adequar nossa legislação para, dessa forma, Sergipe sair na frente na concorrência pelo recebimento desses materiais que serão retirados das plataformas que serão descomissionadas”.
Descomissionamento e oportunidades
Após a interrupção definitiva de operações de petróleo em plataformas e poços, o descomissionamento engloba a remoção de instalações, a destinação adequada de materiais, resíduos e rejeitos e ainda a recuperação ambiental da área. Durante a reunião, o grupo de consultores da Aurum Energia, Future Tank e Destri Energy apresentaram possibilidades de contribuições para governos e empresas.
As oportunidades de negócio foram elencadas pelo Presidente da Aurum Energia, e ex-presidente da Petrobras, José Mauro Coelho. “A operação vai precisar desde empresas para fazer a retirada da plataforma; preparação do Porto para receber esse material; empresas para fazer o corte e desmantelamento do material; empresas interessadas em adquirir a sucata; e ainda empresas para fornecimento de alimentação para a operação, ou seja, empresas grandes ou pequenas, de vários segmentos diferentes, podem aproveitar essas oportunidades”.
Para isso, o Estado precisará se preparar, reforça o consultor de Estratégia e Finanças da Future Tank, e ex-secretário da Fazenda do Rio de Janeiro, Guilherme Mercês. “É uma operação relativamente nova e que vai exigir dos estados a preparação para receber essas atividades, tratando da regulação relacionada ao óleo e gás e ao ambiental, e também a legislação tributária para tratar do tema no Brasil. Todo esse arcabouço regulatório e legal terá que ser construído pelo estado que quer atrair esses investimentos”.
Também participou virtualmente da reunião a empresa Destri Energy, através do seu Presidente, Mauro Destri, especialista no tema de Descomissionamento e Desmantelamento, tendo atuado por 30 anos na Petrobras como Gerente de Projetos de Revitalização e Descomissionamento da Bacia de Campos.
Investimentos
De acordo com os consultores, o descomissionamento levará a geração de empregos e crescimento econômico. De acordo com o grupo de consultores, o estado de Sergipe possui a 2ª maior previsão de investimentos em descomissionamento do Brasil (R$ 8 bilhões), atrás apenas do Rio de Janeiro (R$ 31,5 bilhões).
Dentre os R$ 8 bilhões previstos para o descomissionamento em Sergipe, mais de 60% deverá ser para abandono permanente de poços (R$ 5,4 bilhões). Os demais investimentos são previstos para desmobilização de unidades de produção (R$ 1,5 bilhão), a remoção de linhas (R$ 0,8 bilhão), a recuperação ambiental (R$ 0,2 bilhão), e a remoção de instalações terrestres (R$ 0,1 bilhão).